Botswana, Foto T.Abritta, 2008

sábado, 23 de janeiro de 2016

Vi você no Facebook



Suas palavras reluziam
os poemas conhecia
o cerne me seduzia.

Se a alma fosse imortal
seria seu amante ancestral.

Em sonhos de imaginação
espiei pelo buraco de sua fechadura
virtual.

Admirei-lhe as pernas
alisei seus longos
longos negros cabelos.

Mas não quero.
Não quero mais ser
um amigo virtual.

Não quero apenas
seu lado intelectual.
Quero o plural.

Não quero as cores de um avatar.
Quero o brilho ou as pausas
de seu olhar.
Sentir o quente doce arfar.

Quero ser o lobo mau
sentir o corporal
amoral sensual.

Não quero o verso que se quebrou.
Quero o anel que não me deste.

Não quero o pecado venial.
Quero o pecado capital.

                    Não fuja da raia.
                    Não quero rackear sua página.
                    Quero é invadir a sua praia!


Escultura em cimento, Eleonora Soledade – Visconde de Mauá, RJ.  
Acervo Teócrito Abritta.

Publicado em Antologia Verso Testemunho Prosa , Oficina do Livro - 2015.



6 comentários: