Botswana, Foto T.Abritta, 2008

terça-feira, 20 de julho de 2021

Alta Tecnologia


            Na figura abaixo mostramos uma singela viatura conhecida popularmente como jerico ou paco-paco.  A foto foi tomada em uma poeirenta estrada que liga a cidade de Alta Floresta às barrancas do rio Teles Pires em Mato Grosso.  A origem desta criativa máquina andante vem de alguns anos atrás, quando o governo federal expulsou com tropas militares milhares de garimpeiros que viviam da larva de cassiterita no município de Ariquemes em Rondônia.  Esta multidão foi dispersada a toque de caixa, que uma empresa em poucos dias assumiria o garimpo desse valioso minério de estanho.  Com uma mão na frente e outra atrás, os garimpeiros abandonaram uma infinidade de máquinas, equipamentos, bombas etc.  Normalmente toda esta sucata industrial significaria mais poluição no nosso tão degradado meio ambiente.  Felizmente ali entrou a criatividade e capacidade de trabalho dos brasileiros que simplesmente reciclaram todo material abandonado, transformando-o em jericos ou pacos-pacos que rodam por várias cidades e estradas da Amazônia.  Estes veículos usam os motores das bombas de mineração e obedecem diversas normas de segurança, possuindo inclusive pisca-pisca, espelho retrovisor etc., sendo ainda extremamente econômicos, rodando mais de 20 km por litro de gasolina.  Um ponto que me chamou muita atenção no designe deste veículo (não mostrado na foto) era o seu interior forrado com um velho tapete tipo persa aproveitado de um lixão.



 

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Índios do Brasil


          Vários fotógrafos registraram imagens dos nossos índios e suas evanescentes culturas, como Pedro Martinelli, Claudia Andujar, José Medeiros, Araquém Alcântara, Sebastião Salgado e outros.

          Muitos destes fotógrafos registraram os primeiros contatos com tribos então desconhecidas, como, por exemplo, Martinelli que em 1970 fotografou os Kranhacãrore na rota de abertura da rodovia Cuiabá-Santarém.

          Mas creio que o mais completo registro destes povos da floresta foi feito por membros das sucessivas expedições que o Marechal Rondon fez entre o final do século XIX e início do século X para a construção de linhas telegráficas.

          As fotografias feitas por membros das expedições foram publicadas em três volumes, intitulados Índios do Brasil, pelo Conselho Nacional de Proteção aos Índios que na época pertencia ao Ministério da Agricultura.  O primeiro volume foi publicado em 1946 com fotos das populações indígenas do centro ao noroeste e sul de Mato Grosso.  Os outros dois volumes foram publicados em 1953.

          O segundo volume faz registros das expedições nas cabeceiras do Xingu, Rio Araguaia e Oiapoque.  O terceiro volume abrange imagens tomadas no norte do Rio Amazonas.

          Infelizmente muito do que foi registrado pelas Expedições Rondon, como povos, culturas, objetos de interesse arqueológico como petróglifos, florestas e fauna não existem mais.

Nas figuras abaixo, mostramos um guerreiro Umutina, do Alto Paraguai, em toda sua pujança e a imagem da capa do primeiro volume.