Botswana, Foto T.Abritta, 2008

segunda-feira, 29 de março de 2021

Uma foto “conceitual”


Um degrau, texturas e rugosidades.

O verde da natureza tentando brotar ao lado da dura pedra...

(foto com direitos reservados).



sábado, 13 de março de 2021

Vênus


Vênus ao entardecer na Ilha Grande, RJ.  Foto T.Abritta, 2007.

Nesta foto foi usada a técnica de “fill flash” (flash de preenchimento): o primeiro plano, no caso os galhos da vegetação são iluminados por um flash e depois o diafragma da máquina fotográfica fica aberto até registrar a tênue luz de Vênus emoldurada pela vegetação.



quarta-feira, 10 de março de 2021

Ruínas

 

Sempre vejo beleza nestas fotos de ruínas em meio à natureza que vai abraçando-as. Talvez seu apelo resida em terem o status de objetos encontrados – lascas fortuitas de um mundo que se foi

  Fotografia é a Arte de ver o que muitos não veem.  Nesta foto adentramos um pouco mais neste passado que teima em não ir embora: um poste que insiste em não tombar, números três-três-cinco gravados no reboco sobrevivente...podemos até pensar em mãos invisíveis fechando janelas inexistentes, escutar um girar de chaves na porta lateral. Passos se afastando, roçados secando, plantas murchando, num adeus de nunca mais, sem olhar para trás...

Enquanto um tijolo estiver de pé, teremos aqui as marcas de vidas vividas.

Por coincidência, 335 é o número do meu prédio. Um signo de sorte?

 

Pelos caminhos rurais de Minas, município Serra de Camapuã, 

próximo a Casa Grande.  Em 10/01/2021.  Foto Lena Dutra.

O Mar das Minas Gerais


          Das Gerais, a Terceira Margem do Rio (*) conhecemos.  O que falar da última margem de uma praia ancestral?

          Estas indagações foram respondidas pelo texto e ensaio fotográfico apresentado por Marilene Teixeira, Designer de Interiores e Paisagista, moradora de Ouro Branco, MG, mostrando detalhes das ruínas de antiga construção (Retiro do Seminário Redentorista de Congonhas) que aflorou no chamado Lago Soledade (V. Figuras 1 e 2) – um açude construído há quatro décadas próximo de Ouro Branco, MG, pela Açominas, vendida posteriormente para a Gerdau.  Com a severa seca que, em 2014, assolou o sudeste brasileiro, o nível das águas desta barragem baixou mais de dez metros. 

          Neste ensaio também foram documentadas as dificuldades para chegar a este local, bem como a presença de conchas marinhas, provavelmente relacionada a um braço de mar que cobria esta região há 500 milhões de anos e chegava até Januária, próximo da Bahia.

          Em 1996 fotografei também o que seria “outra margem deste lago ancestral”, com quartzitos, micas e provavelmente conchas marinhas, brilhando nas areias que afloram nas alturas de Ibitipoca, MG.  Com os movimentos da crosta terrestre ficaram no alto das montanhas, como provavelmente no alto da Serra de Ouro Branco. (V. Figura 3).

          O Lago Soledade fica administrativamente no distrito Miguel Burnier, Ouro Preto, mas geograficamente em frente à Serra de Ouro Branco e próximo à esta cidade.  Esta serra marca o início da cadeia do Espinhaço, região devastada pela extração de ferro.

          Ensaios fotográficos como este nos encantam, pois mostram a riqueza da Natureza e suas possibilidades, oferecendo-nos uma viagem no espaço-tempo através de milhões de anos, levando-nos à última margem do litoral do Mar das Minas Gerais.

          Estas emoções foram bem traduzidas pelas palavras impressionistas de Marilene:

 

          O passado agora refletido por um problema do presente que nem saberemos como será no futuro.

Figura 1 – Ruínas que afloram no Lago Soledade, Ouro Branco, MG. 

Foto Marilene Teixeira, outubro de 2014.


Figura 2 – Conchas marinhas no leito do Lago Soledade,

 Ouro Branco, MG.  Foto Marilene Teixeira, outubro de 2014.

 

Figura 3 – “Dunas” que afloram nas montanhas de Ibitipoca, MG. 

Foto T.Abritta, 1996.

 

Nota:

(*) Alusão ao conto de Guimarães Rosa com este título.


 



 

quinta-feira, 4 de março de 2021

Prosopopeias de Mané Garrincha

 

       
Com esta encantadora dedicatória recebi o livro Prosopopeias de Mané Garrincha, do escritor Claudio Aragão, onde a história deste herói mítico é contada em forma de Literatura de Cordel. 

          Aragão, a par de publicações em poesia e prosa, a partir de 1994, desenvolveu um projeto que ligou a Literatura de Cordel do seu Ceará com o futebol, surgindo, então, a coleção “Futebol Encantado”, com homenagens e história de vários clubes. 

          Graduado em Letras e Membro da Academia Brasileira de Cordel, com sede em uma simpática casa no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, abordou também outros temas interessantes como Baco em versos: a literatura de Cordel visita o maravilhoso mundo do vinho, onde compartilha sua grande experiência como gerente de tradicionais restaurantes do Rio, como o piano-bar Antonino, o legendário bistrô francês Le Bic Fin e outros.

          Prosopopeias de Mané Garrincha é uma obra sofisticada em sua versificação, tendo 233 estrofes de dez versos cada (Décimas) e uma estrofe final com treze versos (acróstico com o nome do autor), totalizando 2 mil 343 versos.  Os versos Heroicos têm ictos nas sílabas 3/6/10.

          O livro tem apresentações de vários jornalistas e escritores, como Juca Kfouri e Ruy Castro, com sua capa ilustrada por uma xilogravura de Erivaldo Ferreira da Silva, um dos grandes mestres desta arte. 

          Parabéns ao meu amigo Claudio Aragão, pela obra e pelas lembranças da Copa de 1958, e o inesquecível 2x0 contra a Rússia, nos tempos que todos iam para a rua escutando os jogos no rádio.