Botswana, Foto T.Abritta, 2008

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Soneto Fotográfico



“Numa portinha escondida, cortando verdadeira muralha, acabo descobrindo uma padaria. Sento-me na única janela que, através da grossa alvenaria, mostra a rua molhada. Tomar café olhando a chuva é ato de simplicidade. Mas não sei por que, especial. Ainda mais diante de uma casa com detalhes verdes, diferentes tons e um carro verde compondo o cenário (ver Figura 1). O carro está ali por ser verde? Pode ser. Verde é a clorofila, verde é a cor da máxima intensidade na emissão solar. Verde é a luz de nossa maior percepção óptica.”

Figura 1 – Tese. Foto T. Abritta, 2011.

“Dali, projetada como numa tela mágica, toda a pequena Tiradentes. Vejo igrejas, escuto rezarias, repicar de sinos. No telhado, um gato verde, olhar triangular, repousa no beiral. Gato verde? Parece que sim. Mas uma mulher verde e nua andando pela calçada trouxe-me à realidade. Só pode ser sonho. Mulher verde ainda seria possível. Nua não. Em Minas teria de ser muié pelada. Como saber se não sonho de dia e vivo à noite? Não devo me preocupar tanto assim. Tiradentes, com esta santaria toda, deveras deixa qualquer um protegido. Melhor soltar os pensamentos que vão atrás do corregozinho das águas de chuva e dobram na esquina do tempo.”

De “Leilão Mineiro”, conto a ser publicado em breve no livro “Cidades de Memórias”.




Na fotografia acima, o “verde” é que destaca a imagem, chamando nossa atenção com a monotonia das cores. No texto, o “verde” sinaliza e dá ritmo à mudança de estado de espírito do personagem.
Mas tanto na Literatura, quanto na Fotografia, nem sempre isto é verdade. Palavras repetidas “travam” a escrita e nas imagens coloridas sempre procuramos é a riqueza cromática – a conservadora antítese (ver Figura 2).
No final, a síntese: fusão de volumes em preto-branco!
Figura 2 – Antítese. Foto T. Abritta, 2008.

Figura 3 – Síntese. Foto T. Abritta, 2006.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Bondinhos de Santa Teresa: Memória Fotográfica

Não vamos deixar que os bondinhos de Santa Teresa tenham o triste fim do Palácio do Monroe ou do outrora famoso Maracanã.

Foto T.Abritta. Santa Teresa – Rio de Janeiro, 2007.



Foto T.Abritta. Santa Teresa – Rio de Janeiro, 2007.



Foto T.Abritta. Santa Teresa – Rio de Janeiro, 2005.



Foto T.Abritta. Santa Teresa – Rio de Janeiro, 2006.