Botswana, Foto T.Abritta, 2008

quinta-feira, 9 de junho de 2011

José Lins do Rego e a Preservação Ambiental

No dia três de junho de 2011, foi comemorado o centésimo décimo ano de nascimento de José Lins do Rego, que a par de um grande escritor, foi um dos precursores do conservadorismo ambiental.
No romance “Menino de Engenho”, José Paulino – avô do Menino de Engenho – gostava de percorrer a sua propriedade, de andá-la canto por canto, olhar as suas nascentes... “Eram assim as viagens do meu avô, quando ele saía a correr todas as suas grotas, revendo os pés de pau de seu engenho. Ninguém lhe tocava num capão de mato, que era o mesmo que arrancar um pedaço de seu corpo... que não lhe bulissem nas matas. Os seus paus-d’arco, as suas perobas, os seus corações-de-negro cresciam indiferentes ao machado e às serras. Uma vez, numa das nossas viagens, vi-o furioso como nunca. Entrávamos por uma picada na mata grande e ouvíamos um ruído de machado...”
Infelizmente, hoje a depredação ambiental é promovida pelo governo brasileiro, matando humildes homens do campo que resistem ao seu poder de domínio e busca do voto fácil.
Urge lutarmos contra estas excrescências, inspirando-nos em singelos exemplos, como as preocupações de José Paulino, personagem de José Lins do Rego,.com o meio ambiente em suas terras.

Engenho Corredor: a infância de José Lins do Rego.
Foto T.Abritta, Pilar-Paraíba, junho de 2011.
Engenho Corredor: detalhe. Foto T.Abritta, junho de 2011 Engenho Corredor: interior. Foto T.Abritta, junho de 2011.



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terça-feira, 7 de junho de 2011

Um “Rosário” de Violências

Ditaduras transvestidas de Democracias, como agora no Brasil – governado por Sarney, Lula e seu fantoche Dilma –, investem tanto em propaganda para a enganação da boa fé popular ao ponto de criarem uma secretaria com status de ministério como a Secretaria de Direitos Humanos. A atual ocupante deste cargo, ministra Maria do Rosário, parece que tem como função apenas manter aparências, já que diante de um rosário de violências sempre fica calada.
Agora quando resolveu abrir a boca, foi justamente para dizer que não tem recursos para proteger centenas de humildes trabalhadores ameaçados pelos criminosos ambientais e outros membros da “Nova Direita” de Lula-Sarney e sua marionete Dilma.
Caso a ministra considere vidas humanas mais importantes do que seu carguinho público, não seria melhor a extinção de sua secretaria e usar suas verbas para salvar pessoas ameaçadas de assassinato?
Como estímulo vai abaixo um velho poema que trata desta velha chaga brasileira:

Comendo Chapéu
Carlos Drummond de Andrade

JAMES MITCHELL, ministro do Trabalho
Em Washington, D.C., e homem sério,
notou o contra-senso:
para o trabalho havia um Ministério
com toda cibernética montagem;
para trabalhadores, não havia
trabalho.

Ora, Mitchell sentiu-se no dever
de dar emprego a quem não tinha mas queria
trabalho.
E garantiu que, vindo outubro, com ele vinha
trabalho tanto e em tal variedade
que seria trabalhoso e mesmo vão
evitar
trabalho.

E tão seguro estava do milagre
que prometeu de pedra e cal
comer de aba e copa o seu chapéu
(dele Mitchell, ministro do Trabalho)
se algum trabalhador ficasse ao léu.

Eis que outubro apontou, e bem contadas
as filas de chômeurs, verificou-se
que 3.200.000 pessoas
estavam sem trabalho
(40.000 a mais do que em setembro).

Mitchell não teve dúvida em cumprir
o seu enchapelado compromisso,
mas como tudo é chapéu, e o caso omisso,
mandou fazer
um de chocolate e nozes e comeu-o
no hall do Ministério do Trabalho,
com o quê, teve bastante
trabalho
mastigatório.

No Brasil, se os governantes resolvessem
comer chapéu ao falhar uma promessa
– de carne, de feijão, de água à beça
e outras metas maiores e menores –
todos os brasileiros passariam
a ter trabalho, e muito,
no ramo confeiteiro,
mas não havia chocolate que chegasse
e nem tampouco nozes
para chapéu de bolo no ano inteiro.

15-11-1959