Botswana, Foto T.Abritta, 2008

domingo, 31 de julho de 2016

Jangadas



Jangadas, Praia de Imbassaí, Bahia.  Fotos T.Abritta, 2000.

A noite chegava.  Como um felino acuado, enxergava na escuridão as imagens daqueles restos de jangadas de troncos de Apeíba, o Pau-de-Jangada, nas praias baianas de Imbassaí.  Deitadas no banco de areia entre a barra do rio e o azul do mar, teimavam em não virar pó.  Hoje são construídas de compensado naval e recheadas de isopor.  E as velas latinas de algodãozinho, a língua branca dos indígenas, a asa branca dos poetas?  Agora coloridas com estampas: Banco do Brasil, Caixa Econômica...
  Mas minha obra era apenas fotografias.  Duplos em papel, de frágeis, perecíveis realidades.  Imagens guardadas em cristais de prata e gelatinas de corantes que degradariam com o tempo, deixando a cor dissipar.  O brilho congelado de mundos em extinção...

Do conto O Fotógrafo e o Jangadeiro,



segunda-feira, 18 de julho de 2016

Encontros Literários


Fictio importat veritatem.
                   (A ficção supõe a verdade.)


Encontro com Jorge Luís Borges e Adolfo Bioy Cesares no Café La Biela,
 bairro La Ricoleta, Buenos Aires, fevereiro de 2014.



Inverno Urbano


E os Ipês decretaram Primavera, as Amendoeiras Outono...




Foto T.Abritta.  Rio, 17 de julho de 2016.

...Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

                                      De Canção de Outono, Cecília Meireles.

domingo, 17 de julho de 2016

Microficção em dois “contos”.



O Eros em miniaturas textuais escritas pelo argentino Orlando Van Bredam (1952) e o chileno Max Valdés Avilés (1963).

En el ascensor, de Orlando Van Bredam:
Mientras bajan, él imagina lo que haría con ella si ella quisiera. Ella
se imagina lo que él imagina y lo mira. Él ve en los ojos de ella lo que ha
imaginado y se llena de vergüenza. Ella se lamenta, otra vez, de la eterna
indecisión de ambos.

El amor en tiempos de postmodernidad, de Max Valdés Avilés:
Un hombre, una mujer, tocan la pantalla simultáneamente, uno a cada
lado del hemisferio, esa nueva forma de amar y extasiarse, hasta la soledad.

Traduções Livres:
No elevador, de Orlando Van Bredam:
Enquanto vão para baixo, ele imagina o que faria com ela se ela quisesse.  Ela imagina o que ele está imaginando e o olha. Ele vê em seus olhos o que imaginou e se enche de vergonha. Ela se lamenta, mais uma vez, da eterna indecisão de ambos.
Amor no tempo de pós-modernidade, de Max Valdes Avilés:
Um homem, uma mulher, um em cada lado do hemisfério, tocam simultaneamente na tela, esta nova forma de amar e extasiar-se, mesmo na solidão.

Ler mais no Suplemento Literário do Estado de Minas Gerais, julho/agosto de 2015 pág. 39.

Baixar no link abaixo: