Botswana, Foto T.Abritta, 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2014

ALMAFERIDA - Lançamento de Livro

Wanda Maria Alckmin tem o prazer de convidar para o lançamento de seu livro de poesias Almaferida, com prefácio de Teócrito Abritta (ver abaixo).


O lançamento será no dia 01 de outubro, na Biblioteca Pública Estadual, Vitória, ES às 19.00 horas.

          A arrecadação com a venda dos livros será doada ao menino Misael Caldogno, 3 anos.  Ele é de Cachoeiro de Itapemirim e sofre de uma síndrome rara, Síndrome de Willi.  È de família simples, e não tem recursos para o tratamento.


Wanda Alckmin.  Foto T.Abritta.

Almaferida (Prefácio)

Isto mesmo!  Há / uma / ferida... O significante impondo-se ao significado das palavras.  Mensagem poética de constrangimento, dor ou indignação.

Wanda Maria Alckmin trilha uma bela carreira artístico-literária, com grande produção poética, publicações de livros em literatura infanto-juvenil; passagens pela prosa e jornalismo, bem como criação artística, sempre com engajamento social, seja em projetos comunitários, eventos ou palestras. 
A autora é membro da Academia Espírito-Santense de Letras, da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Associação das Jornalistas e Escritoras do Brasil.

          Com este livro, Almaferida, Wanda, leva-nos com seus poemas a uma maravilhosa jornada pelos grandes temas da vida, através reflexões, verdadeiras ardências de uma Almaferida.  Ardências da memória, da pele, das lembranças afetivas, da família, a mineirice, enfim, a vida.  Na pele ferida, o estranhamento, a denúncia deste mundo injusto.  Vontade de mudar.  Neste labor intercala versos prosaicos com os da aura poética: poemas plenos de não-ditos.
          O livro começa e termina com homenagens, tal uma dedicatória poética: Minha mãe / me deu / a Luz / com ela, / eu ilumino / a minha vida – Meu pai / me ensinou / a ser poeta / Hoje escrevo / sob o seu olhar.
          O Ubi Sunt? sempre presente, ora nas memórias familiares (Nas cadeiras da minha varanda / já tomamos café da manhã / com as crianças...); nas lembranças de brinquedos infantis (A boneca / chamei-a de Kátia... / o boneco / dei-lhe o nome de Fred... ) e objetos simbolizando a simplicidade (Eu tinha uma sombrinha...).
          A defesa das tradições e a “mineirice” presentes em vários poemas (Sou mineira, / Amiga e hospitaleira...), (Queria retornar / a história dos estandartes...).
          Praticamente não existe tema que não passe pelas reflexões de Wanda: a descoberta da Sexualidade e da Vida (Senti vergonha / me tapei / me encolhi / Senti coragem / me desnudei / vivi), (Hoje, / beijo-lhe / a face, / os olhos / e a boca... ); o constante desafio do viver (Vou renascer / me restaurar / Resolvi, / valer mais para mim); a Maternidade (Sou uma mulher / feliz / conduzi três luzes / dentro do meu corpo...); a marcha do tempo... (Parem / atrasem os relógios / ponham mais minutos neles / A vida está passando / pelas horas correndo).
          Da vida da autora, de seu envolvimento ainda criança com a Cultura, História e Natureza, inspiração para inúmeros poemas (Tenho sonhos simples: / me casar, / entrar no mar / e morar com os livros), (Eu vi / um ipê florido / eu vi...), (Na lagoa o sapo coaxa / na parede a lagartixa espicha...) e a forte presença de Drummond em constante diálogo (Drummond já disse / que nasceu em Itabira... / Será que eu, por nascer em Belo Horizonte...), (Queria ter conhecido Drummond / ter tomado um café / em sua companhia...).
          Wanda Alckmin mostra também que a Arte Literária e o Fazer Poético não são incompatíveis com a crítica social e política.  Nos seus poemas encontramos sua insatisfação, conforme comunicação pessoal: “Escrevo com a alma de poeta e com a dor da maioria dos brasileiros... Com alma de poeta vivo nesse emaranhado de arranha-céus que não fazem o céu aqui na terra.”
          Assim, críticas à frieza do mundo cibernético (Eu clico / eu curto / eles me curtem...), à educação, saúde e segurança (Pensei que governantes / governassem a nação... / que escolas educassem as crianças...); à violência contra as mulheres (Me disseram / que foi de tiro / que ela morreu...) e a crítica social e política (Visto-me de terno / ponho gravata / pareço-me um “doutor”...), bem como críticas usando técnicas de desconstrução (Tinha uma rosa / dentro da caixa... / Dentro / Tinha um cheque / “gordo” / para você).
          Nestas breves palavras tento expressar minhas sensações com estes poemas, convidando os leitores para esta jornada de descobertas, prazeres e esperanças:
“Ipês / colorem / de amarelo e cor de rosa / a água da Lagoa, e o / céu da Pampulha / Van Gogh e Monet / pintam juntos”.

2 comentários:

  1. Parabéns primo. É sempre muito bom doar nosso tempo e transformando-o em Amor ao próximo. Um abraço carinhoso

    ResponderExcluir
  2. Obrigado Inês. Para mim, dupla alegria. Pelo comentário e pela sua presença.
    Abraços saudosos
    Téo

    ResponderExcluir