Sempre vejo beleza nestas fotos de ruínas
em meio à natureza que vai abraçando-as. Talvez seu apelo resida em terem o
status de objetos encontrados – lascas fortuitas de um mundo que se foi
Fotografia é a Arte de ver o que muitos não
veem. Nesta foto adentramos um pouco
mais neste passado que teima em não ir embora: um poste que insiste em não
tombar, números três-três-cinco gravados no reboco sobrevivente...podemos até
pensar em mãos invisíveis fechando janelas inexistentes, escutar um girar de
chaves na porta lateral. Passos se afastando, roçados secando, plantas
murchando, num adeus de nunca mais, sem olhar para trás...
Enquanto um tijolo estiver de pé, teremos
aqui as marcas de vidas vividas.
Por coincidência, 335 é o número do meu
prédio. Um signo de sorte?
Pelos caminhos rurais de Minas, município Serra de Camapuã,
próximo a Casa Grande.
Em 10/01/2021. Foto Lena Dutra.
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