A década de 70 foi uma época de grande
repressão e violência política. Alguns jovens tentavam procurar caminhos
olhando para as filosofias orientais, indianas e dos misteriosos povos do
Himalaia. Livros como Sidarta, de Hermann Hesse e O Fio da Navalha, de Somerset
Maugham, faziam muito sucesso. O primeiro descreve, em forma de romance, a vida
de Sidarta que no fundo era a vida do próprio autor, em sua busca de credos
mais autênticos que o levaram a uma peregrinação pela Índia. O segundo romance
descreve a odisseia espiritual do jovem Larry, buscando um sentido para a vida
e para a morte, após os horrores da Segunda Guerra Mundial.
Outros jovens encontravam uma saída para
as suas buscas existenciais não no autêntico Budismo Indiano e sim no Zen
Budismo Japonês, que fez um grande sucesso no Ocidente com o livro Introdução
ao Zen-Budismo, de D.T.Suzuki, lançado em várias línguas com prefácio de
C.G.Jung. Este livro era um prato feito para aqueles que procuravam fugir da
lógica do nosso cotidiano, começando pela definição destas ideias: "O Zen
nunca explica. Somente nos oferece sugestões. Tentar explicá-lo é como tentar
prender o vento em uma caixa. No momento em que se feche a tampa, perde-se o
vento e obtém-se o ar estagnado..." Assim como hoje os jovens compram
caríssimos telefones celulares, naqueles tempos impressionavam-se apenas com
algumas citações Zen Budistas, como: "O caminho do meio está onde não há
nem meio nem dois lados. Quando estais escravizados ao mundo objetivo, tendes
um dos lados, quando estais com a mente perturbada, tendes o outro. Quando
nenhum desses lados existe, não há a parte do meio, e, portanto, aí estará o
verdadeiro caminho.
Todos diziam genial, genial e seguiam
contentes, embalados pela belíssima música de Ravi Shankar e o som das cordas
de sua sitar...
Foto "Solitude". T.Abritta, Tibet (2007).
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