Matterhorn, Zermatt-Suíça. Foto T.Abritta, 2013.
Eu
sou o Matterhorn.
Furo
céus a 4478 metros.
Precisão
topográfica,
tempos de GPS – tecnologia.
Mas
o que vale o progresso
se
me dispo do manto
que
vesti há tantos milhões de anos?
Joia
destes Alpes suíços.
Negra
pele negra rocha.
Agora
desnuda
absorvendo
sol primaveril
aquecendo
derretendo escorrendo perdendo
[outrora neves eternas.
Alpinistas
me abandonaram.
Choram
o degelo,
lágrimas
de alvos paredões.
Uns
dizem: causas naturais.
Mas,
e os ursos e lobos que me acompanhavam,
onde
estão?
Quem
os matou?
Hoje, apenas lamentos:
Look in my face; my name is Might-have-been;
I am also called No-more, Too-late, Farewell…
Nota:
Em itálico, intertexto de versos do poema A
Superscription de Dante Gabriel Rossetti (Olhem meu rosto; meu nome é
Aquele que Poderia Ter Sido; / chamam-me também Nunca Mais, Tarde Demais, Adeus...).
É lindo Téo. Bom que faça dos seus olhos, nossos olhos, de suas interações/movimento com o mundo e as viagens nossas viagens a sua expressão,nossa impressão.
ResponderExcluirBjo Lena
Linda a montanha, dolorosa a situação, o mundo se derretendo...
ResponderExcluirPara mim, fica um ótima lembrança. Em 1982, fiz um dos meus melhores lances de planejamento de viagem, apenas para poder chegar a esta distância, da sua foto, do Mattenhorn. Viajava de trem pela Europa, com um passe de 21 dias, estava em Lausanne e ia para Milão. Vendo os mapas e os horários de trem, bolei o seguinte esquema: saída às 6h, chegada a Brig às 8h, atravessar a rua, se registrar no hotel e deixar a bagagem. Voltar à estação, pegar o trem de 8,20h para Zermatt, chegar às 12h. Lá, outro trenzinho para a montanha, para este ponto onde foi feita a foto. Tempo curto para curtir e, logo, começar todo o caminho de volta, para dormir em Brig e continuar a viagem.
Ainda hoje me emociona lembrar deste momento, preciso recuperar as fotos que fiz lá...
Pena que vamos perder esta pirâmide de gelo, ficará apenas pedra sobre pedra...
De qualquer modo, grato a você pelo registro.
Abs,